(Jo. 2.7-10) “Disse Jesus aos serviçais: “Encham os potes com água”. E os encheram até a borda. Então lhes disse: “Agora, levem um pouco ao encarregado da festa”.Eles assim fizeram,e o encarregado da festa provou a água que fora transformada em vinho, sem saber de onde este viera, embora o soubessem os serviçais que haviam tirado a água. Então chamou o noivo e disse: “Todos servem primeiro o melhor vinho e, depois que os convidados já beberam bastante, o vinho inferior é servido; mas você guardou o melhor até agora.”(NVI).
VINHO. O sumo das uvas produzia diversas espécies de vinho. Pisadas as uvas no lagar (tanque de prensar uvas), corria o sumo (suco) para uma cuba (vasilha grande). A esse sumo chamavam "vinho novo"; e os judeus bebiam-no nesse estado; mas passado pouco tempo, principiava a fermentação. O vinho fermentado tinha diversos nomes. Algum era pouco melhor do que o vinagre, e formava a bebida comum dos operários, ou dos trabalhadores do campo durante o calor da colheita (Rt 2.14) “Na hora da refeição, Boaz lhe disse: “Venha cá! Pegue um pedaço de pão e molhe-o no vinagre”. Quando ela se sentou
junto aos ceifeiros, Boaz lhe ofereceu grãos tostados. Ela comeu até ficar satisfeita e ainda sobrou.” (NVI). Foi este o vinho, fornecido em enormes quantidades por Salomão, para os rachadores de lenha no Líbano (2 Cr 2.10) “E eu darei como sustento a teus servos, os lenhadores, vinte mil tonéis de trigo, vinte mil tonéis de cevada, dois mil barris de vinho e dois mil barris de azeite.” (NVI). O vinagre que deram ao Salvador, quando estava na cruz (Mc 15.36) “Um deles correu, embebeu uma esponja em vinagre, colocou-a na ponta de uma vara e deu-a a Jesus para beber. E disse: “Deixem-no. Vejamos se Elias vem tirá-lo daí.” (NVI), era provavelmente a "posca", uma mistura de vinho e água que costumavam dar aos soldados romanos; e o vinho com mirra era uma bebida estupefaciente.
A GLÓRIA DE JESUS MANIFESTA ATRAVÉS DO VINHO
Conforme já vimos, o vinho pode ser fermentado ou não, concentrado ou diluído. A resposta que cada um deve dar após uma análise, tem que ser baseada ou determinada pelos fatos contextuais (encadeamento de idéias de um escrito) e pela probabilidade moral. A posição a que este comentário dá, é a de que “Jesus fez vinho (oinos) suco de fruta integral e sem fermentação.” Os dados que se seguem apresentam fortes razões para REJEIÇÃO da opinião de que Jesus fez “vinho embriagante”, vejamos:
- O objetivo primordial desse milagre foi manifestar a Sua Glória (Jo. 2.11) “Este sinal miraculoso, em Caná da Galiléia, foi o primeiro que Jesus realizou. Revelou assim a sua glória, e os seus discípulos creram nele.” (NVI), de modo a despertar a fé pessoal e a confiança em Jesus como filho de Deus, Santo e Justo, que veio salvar os homens do pecado (Mt. 1.21) “Ela dará à luz um filho, e você deverá dar-lhe o nome de Jesus, porque ele salvará o seu povo dos seus pecados.” (NVI). Sugerir que Cristo manifestou a Sua divindade como o Filho Unigênito do Pai (Jo. 1.14) “Aquele que é a Palavra tornou-se carne e viveu entre nós. Vimos a sua glória, glória como do Unigênito vindo do Pai, cheio de graça e de verdade.” (NVI), mediante a criação milagrosa de inúmeros litros de vinho embriagante para uma festa de bebedeiras (Jo. 2.10 Nota: onde subentende-se que os convidados já tinham bebido muito) “...e disse: “Todos servem primeiro o melhor vinho e, depois que os convidados já beberam bastante, o vinho inferior é servido; mas você guardou o melhor até agora.” (NVI), e que tal milagre era extremamente importante para Sua missão Messiânica, requer um grau de desrespeito, e poucos se atreviam a tanto. Será, porém, um testemunho da honra de Deus, e da honra e glória de Cristo, crer que Ele criou sobrenaturalmente o mesmo suco de uva que Deus produz anualmente através da ordem natural criada. Portanto, esse milagre destaca a soberania de Deus no mundo natural, tornando-se um símbolo de Cristo para transformar espiritualmente pecadores em filhos de Deus. Devido a esse milagre, vemos a glória de Cristo “como a glória do Unigênito do Pai.”
- Contraria a revelação Bíblica quanto a perfeita obediência de Cristo a Seu Pai celestial (Jo. 4.34; Fp. 2.8,9) “Disse Jesus: “A minha comida é fazer a vontade daquele que me enviou e concluir a sua obra... E, sendo encontrado em forma humana,humilhou-se a si mesmo e foi obediente até a morte, e morte de cruz! Por isso Deus o exaltou à mais alta posição e lhe deu o nome que está acima de todo nome.” (NVI) supor que Ele desobedeceu ao mandamento moral do Pai: (Pv. 23.31) “Não se deixe atrair pelo vinho quando está vermelho, quando cintila no copo e escorre suavemente!” (NVI). Cristo por certo sancionou (aprovou) os textos Bíblicos que condenam o vinho embriagante como escarnecedor e alvoroçador (Pv. 20.1) “O vinho é zombador e a bebida fermentada provoca brigas; não é sábio deixar-se dominar por eles.” (NVI), bem como as palavras de (Hc. 2.15) “Ai daquele que dá bebida ao seu próximo, misturando-a com o seu furor (fúria; ira exaltada), até que ele fique bêbado,para lhe contemplar a nudez.” (NVI). Veja mais: (Lv. 10.8-11; Pv. 31.4-7; Is. 28.7; Rm. 14.21) “Depois o SENHOR disse a Arão: “Você e seus filhos não devem beber vinho nem outra bebida fermentada antes de entrar na Tenda do Encontro, senão vocês morrerão. É um decreto perpétuo para as suas gerações. Vocês têm que fazer separação entre o santo e o profano, entre o puro e o impuro, e ensinar aos israelitas todos os decretos que o SENHOR lhes deu por meio de Moisés... Não convém aos reis, ó Lemuel; não convém aos reis beber vinho, não convém aos governantes desejar bebida fermentada, para não suceder que bebam e se esqueçam do que a lei determina, e deixem de fazer justiça aos oprimidos. Dê bebida fermentada aos que estão prestes a morrer, vinho aos que estão angustiados; para que bebam e se esqueçam da sua pobreza, e não mais se lembrem da sua infelicidade... E estes também cambaleiam pelo efeito do vinho, e não param em pé por causa da bebida fermentada. Os sacerdotes e os profetas cambaleiam por causa da bebida fermentada e estão desorientados devido ao vinho; eles não conseguem parar em pé por causa da bebida fermentada, confundem-se quando têm visões, tropeçam quando devem dar um veredicto... É melhor não comer carne nem beber vinho, nem fazer qualquer outra coisa que leve seu irmão a cair.” (NVI).
O vinho fermentado é aquele que é embriagante. Comentar sobre este tipo de vinho, é fazer uma comparação verdadeira e paralela sobre o próprio termo “fermento e asmo”.
O fermento na Bíblia, é representado como símbolo da corrupção e do mal (Mt. 16.6) “Disse-lhes Jesus: “Estejam atentos e tenham cuidado com o fermento dos fariseus e dos saduceus.” (NVI).
A fermentação envolve “alteração, decomposição, deterioração, e, geralmente, simboliza o mal.
O vinho fermentado ou qualquer bebida alcoólica, corrompe os sentidos de uma pessoa, além do mais, o álcool escraviza e inibe qualquer reação da consciência naquele momento para o discernimento em juízo não importando a existência de regras morais estabelecidas, quer numa sociedade ou no âmbito espiritual do nosso Deus.
As ações daquele que se dá ao vinho, serão o espelho de suas convicções deturpadas e das disposições internas de um coração corrupto que não se importa em temer a Deus. Existe também uma palavra chamada “hedonismo”, que nada mais é do que considerar que o prazer individual e imediato é a finalidade da vida. Segundo a Bíblia, todos devemos dar contas de nossos atos e quando praticamos o que Deus requer e lhe agrada, não à lei que a restrinja, veja (Gl. 5.22-23) “Mas o fruto do Espírito é amor, alegria, paz, paciência, amabilidade, bondade, fidelidade, mansidão e domínio próprio (sobriedade). Contra essas coisas não há lei (a lei é para os conforme: (I Tm. 1.9) “...Também sabemos que ela não é feita para os justos, mas para os transgressores e insubordinados, para os ímpios e pecadores, para os profanos e irreverentes...)”(NVI) tudo o que fazemos deve ser para glorificar ao Senhor.
CONCLUSÃO
O culto que o homem deve prestar a Deus, deve ser o culto “racional”, onde todas as faculdades inerentes tais como sua capacidade de interpretar, conhecer, redargüir, discutir devem estar sóbrias, sem nenhum tipo de confusão, pois, o nosso Deus não é um Deus de confusão ou desordem (I Co. 14.33a) “Pois Deus não é Deus de desordem (ou confusão), mas de paz...” (NVI).
Nada melhor que concluir este estudo com estes versículos (Referem-se a coisas fermentadas – “do vinho fermentado”):
(Êx. 13.7) “Comam pão sem fermento durante os sete dias; NÃO HAJA NADA FERMENTADO ENTRE VOCÊS, nem fermento algum dentro do seu território.” (NVI);
(Êx. 12.15) “Durante sete dias comam pão sem fermento. No primeiro dia tirem de casa o fermento, porque QUEM COMER QUALQUER COISA FERMENTADA, do primeiro ao sétimo dia, SERÁ ELIMINADO DE ISRAEL.” (NVI);
(Mc. 8.15) “Advertiu-os Jesus: “Estejam atentos e tenham CUIDADO COM O FERMENTO dos fariseus e com o fermento de Herodes.” (NVI);
(I Co. 5.6-8) “O orgulho de vocês não é bom. Vocês não sabem que um pouco de fermento faz toda a massa ficar fermentada? Livrem-se do fermento velho, para que sejam massa nova e sem fermento, como realmente são. Pois Cristo, nosso Cordeiro pascal, foi sacrificado. POR ISSO, CELEBREMOS A FESTA, NÃO COM O FERMENTO VELHO, NEM COM O FERMENTO DA MALDADE E DA PERVERSIDADE, MAS COM OS PÃES SEM FERMENTO, OS PÃES DA SINCERIDADE E DA VERDADE.” (NVI);
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